terça-feira, março 17, 2009

Froya - Uma ilha no Atlântico Norte

Aqui não me vou limitar a por fotografias, tenho de contar a nossa aventura (minha e do Alin) em Froya!

O.k. 3º dia de Cloth colection na área de Trondelag. Depois de um 1º dia de truck filling e um 2º de recolha de roupas entre Trondheim e Rora, no 3º dia de manhã fomos recolher mais alguns contentores mais para sul, mais para perto de Trondheim, e fomos descarregar a carrinha ao armazém. No final disto eram 13 horas e fomos à nossa vida, com paragem final em Froya, uma ilha grande mais a sul, no Atlântico Norte. Primeiro parámos numa casa no cimo de um monte à saída de Trondheim, com vista para os fiordes, para a qual se tinha marcado uma visita (andamos a ver se conseguimos mudar de poiso porque quando vamos a Trondheim ficamos 4 dias a morar numa caravana num parque de campismo no meio de nenhures).

Fim da visita eram 14 horas e mal sabíamos quanto tempo demorariamos a chegar a Froya...

No mapa faz-se depressa..uns quantos centímetros e estamos lá..mas a escala às vezes é uma coisa lixada...e então quando não se consegue ver que em vez de uma estrada nos espera uma serpentina de horas...ui ui

Princípio de percurso tudo Ok: saímos de Trondheim (dia bonito de sol e pouco frio com neve a começar a derreter - a Primavera está a chegar!) e apanhámos a E6 (esta estrada dá pra tudo!). Tudo porreirinho, com pouca neve e em menos de 1 hora estavamos na terriola onde temos de virar para Norte e começar a atravessar uma ilha-montanha enorme para chegar às outras ilhas ( são 2 em sequência, sendo a 2ª Froya).
Mal começámos a subir tudo mudou: a estrada boa passou a estrada de curvas e contracurvas apaertadas, neve e gelo no asfalto, vento, frio e por vezes nevão ( Ok isto está bonito está...) A paisagem era linda de morrer, sem dúvida. Pelo meio la fomos parando de vez em quando para bebermos um pouco do nosso chocolate quente/café da caneca Statoil e apreciarmos a vista ( não há cansaço que vença uma paisagem daquelas...faz-nos sentir previlegiados...). Respirar fundo e..aí vai disto!Siga prá frente!
Como co-driver lá ia tentar perceber a nossa localização no meio duma serpentina contínua de horas...e quando pensava que já estavamos quase do outro lado da ilha..pois..não..."olha este lago! isto está no mapa! humm afinal ainda só estamos aqui em baixo...a 1/3 do percurso..uff!"

A luz começou a esmorecer e o céu ficou com o azul cinzento típico deste país...e veio a noite. 17 horas e ainda a atravessar a ilha-montanha...Alin és o meu herói! Conduzir neste caminho de cabras de noite e com neve, com uma carrinha antiga, horas a fio..é obra!

18 horas e finalmente...sinais de trânsito e...um guarda!!Iupiiiii! Tínhamos chegado ao fim da ilha e à passagem para a ilha seguinte!:) Pagámos a passagem e entrámos num enorme túnel ("estes gajos sabem de engenharia..."). Túnel vazio, largo e...opá!7 km de túnel e... uma subida de 15º???Bolas!1 km...2Km..("túnel engraçado este...")..xiii qué isto??? Luzes azuis e de repente!....
DESCIDA DE 15º!!!Bolas!Mas que raio de túneis fazem este Noruegueses?Estavamos a passar um túnel subaquático...no meio do Atlântico Norte...boa malha:) 4km..5km..e vuuuuppp!subida de 15º outra vez!6km ...7km... e ah!!!! fim do túnel e menos uma ilha para chegar ao destino final!:)

Depois de mais um túnel assim lá chegámos a Froya:)

Uma ilha no Atlântico Norte..("a quanto estará a água?") Eram 19 horas..tínhamos demorado 5 horas a chegar a Froya...5 horas..à nossa espera estava um longo trabalho de descarregar um contentor marítimo de roupa para dentro da nossa carrinha e depois..mais 5 horas de viagem de noite até Trondheim? Chegavamos lá as nunca antes das 3 da matina...isto se o Alin conseguisse aguentar tudo sem fazer asneira com a carrinha e por-nos a nadar nos fiordes...

Nã..demasiado arriscado sem necessidade...decidimos que:
1º e antes que tudo ambos precisavamos de um belo hot chocolat na Statoil mais próxima para festejar a chegada;
2º acabar o trabalho do contentor
3º tentar arranjar estadia por 1 noite na ilha (parque de campismo ou bangalow) baratucha (o que na Noruega é praticamente uma piada...)

A "cidade" onde temos o contentor fica no lado nordeste da ilha é do tamanho de...uma avelã..mas daquelas bem mingadas...tem 1 coisa de cada: 1 bomba de gasolina, 1 escola, 1 supermercado ..1 tudo completa e pequenina como toda e qualquer terriola norueguesa!

Anyway..na bomba de gasolina da Statoil, enquanto bebiamos a nossa bebidinha quente lá perguntamos se por acaso haveria acomodação lá pela zona. Não havia grande coisa a não ser um parque de campismo lá para longe (leia-se pelo menos 1 hora de caminho). Quando já vinhamos de saída, o rapaz chamou-nos..afinal havia uma vaga num bagalow ali perto.

Lá seguimos o senhor na carrinha. Chegados ao local, o dono (norueguês velhote de olhão azul brilhante e inglês perfeito) mostrou-nos o sítio (um luxo para 2 voluntários cansados e sujos com plasma e tudo!) e..disse-nos o preço....glup! até doeu a alma!!! Já não me lembro quanto foi mas sei que foi muito..até para a Noruega era muito!

Considerando todos os prós e contras e pondo o nosso espírito aventureiro em prática lá decidimos..passar a noite na carrinha...

Fomos fazer o nosso trabalho, o qual despachamos em qualquer coisa como 1 hora e meia (nada mau mesmo!) e zarpámos em busca de um lugar engraçado para estacionar a carripana e ver um pôr-do-sol bonito de frente para o Atlântico Norte. O amigo GPS lá ajudou e instalámo-nos a norte, num sítio onde, se olhássemos em frente no horizonte..nada mais havia entre nós e o Pólo Norte. E aí ficámos a tentar dormir e deixar as horas passar.
Ligámos o rádio e deixámos o aquecimento ligado até termos um ambiente quentinho. Os nossos casacões deram jeito e também o edredon e a almofada que sacámos dos sacos que tinhamos estado a ver no contentor umas horas antes. Ainda tinhamos umas bolachas e as nossas canecas Statoil (afinal não estávamos assim tão mal...).

Não dormi quase nada mas ouvi boa música (aquela rádio Norueguesa de madrugada dava música da minha!). Abria os olhos e tinham passado 10 min...fechava..mais 20....abria..."lá ao fundo vê-se um farol..isto é bonito". De vez em quando la mudava de posição sem querer acordar o meu colega de aventura que entretanto lá tinha conseguido adormecer "é importante que durma..o desgraçado ainda tem um longo caminho de condução pela frente amanhã".

As horas passaram e às 6:30 estavamos a ligar a carrinha e a ir dar uma volta pela ilha!
Fomos até ao ponto mais a Norte: a neve já tinha deixado a ilha graças à proximidade do oceano mas a ventania e a maresia faziam lembrar as praias de Viana! (Ai que saudades!). A paisagem era a que ouvimos falar nos documentários e lemos nos livros: tundra, vegetação baixa e seca, pequenos arbustos e muita rocha, deserto do frio. O vento e a humidade eram tantos que a minha cara congelou quando subimos ao cimo de um pequeno monte para vermos bem todas as pequenas ilhotas e o oceano de ondas picadas e água limpa. Inspira..expira...M A R E S I A! hummmm tãooooooo booooooOOOmmmm:D


Esqueci-me das horas que não dormi e das dores musculares que ganhei por estar toda torcida na carrinha de tanto querer manter a temperatura do corpo...aquilo soube-me pela vida..aquela imagem selvagem..nos confins da Noruega..de frente pró Pólo Norte..no meio de um absoluto silêncio civilizacional..só nós, oceano, vento e tundra.
Mais um grão de areia coleccionado:)


Retomámos caminho rumo a casa com a alma refrescada ao contrário do corpo que já pedia uma banhoca e uma muda de roupa... Lá fomos de sorriso na cara a ver tudo o que a escuridão nos tinha ocultado na vinda da noite anterior: os fiordes, os mais bonitos fiordes que vi desde que cheguei aqui...sem palavras...e sem máquina para imortalizar isto!!!AIIII..a minha querida pentax ainda me ajudou na sua modesta performance..mas a mais bonita fotografia ficará guardada cá dentro, como tantas outras que tenho a sorte de já ter na minha colecção:) Estranho programa este..cansa-nos, desgasta-nos e da-nos disto...doçuras que ficam pró resto da vida!
Por uma vida cheia e não uma vida fácil...aqui fica a minha preferida..a serenidade de um oceano adormecido às 7 da manhã no meio das montanhas a degelar...

sábado, março 14, 2009

Trondelag - Norte da Noruega

Pequena marina no meio dos fiordes
Praia de neve


Alinhar ao centro

quinta-feira, março 05, 2009

Sideways

Miles Raymond: What about you?
Maya: What about me?
Miles Raymond: I don't know. Why are you into wine?
Maya: Oh I... I think I... I originally got in to wine through my ex-husband.
Miles Raymond: Ah.
Maya: You know, he had this big, sort of show-off cellar, you know.
Miles Raymond: Right.
Maya: But then I discovered that I had a really sharp palate.
Miles Raymond: Uh-huh.
Maya: And the more I drank, the more I liked what it made me think about.
Miles Raymond: Like what?
Maya: Like what a fraud he was.
[Miles laughs softly]
Maya: No, I- I like to think about the life of wine.
Miles Raymond: Yeah.
Maya: How it's a living thing. I like to think about what was going on the year the grapes were growing; how the sun was shining; if it rained. I like to think about all the people who tended and picked the grapes. And if it's an old wine, how many of them must be dead by now. I like how wine continues to evolve, like if I opened a bottle of wine today it would taste different than if I'd opened it on any other day, because a bottle of wine is actually alive. And it's constantly evolving and gaining complexity. That is, until it peaks, like your '61. And then it begins its steady, inevitable decline.

sábado, fevereiro 21, 2009

Namaste!Indian pop culture...

Namaste!

Agora que já comecei a desenvolver as minhas Hindi skills, aqui fica um cheirinho do que me espera se quiser conhecer uma qualquer discoteca do país...

terça-feira, fevereiro 10, 2009

Gerir tempo!

Olá Olá!

Muito trabalhinho e pouco tempo livre têm-me impedido de vir aqui actualizar isto como deve ser, mas..vai-se tentando:)

Já comecei com os estudos e já trabalhei 2 dias no hotel. As tarefas não são difíceis. Aqui o verdadeiro desafio é sabermos gerir o nosso tempo se queremos estudar, trabalhar ( para mim será um misto de hotel e 4 dias passados em clothes colection), fazer as nossas áreas de responsabilidade (no meu caso promoção), fazer as limpezas que nos competem e ainda aproveitar uma piscina, ginásio e sauna para nos mantermos em forma.

Bom até agora tenho tentado gerir mas não com sucesso completo..ainda me falta entrar no ritmo:)

Aqui ficam umas fotos de momentos de pausa ! (AH! Já me estava a esquecer! Para mim ainda será incluído no meu horário ter de ter algum tempo para apreciar esta natureza e tirar umas fotos!).

A vista do meu local de trabalho na nossa sala de estudo. Ora digam lá que não matavam por ter uma vista assim, hum?:)
Outra vista das janelas da sala de estudo ontem. Estava, tal como hoje, um dia solarengo:) Conseguem ver lá ao fundo, no horizonte as montanhas?Aquilo que parecem nuvens são montanhas totalmente cobertas de neve.
A Otília a dormir no sofá da sala de estudo numa das pausas
Ai que se estava tão bem na neve! Quase não estava frio (prai uns -5ºC) e a neve estava fofinha fofinha!
E claro a minha amiga tuga:)


Beijnhos!

quinta-feira, fevereiro 05, 2009

Hornsjo

Para lerem sobre o sítio...e verem algumas fotografias enquanto não tiro mais umas:

http://www.hornsjoe.com/english/TextPage.asp?MenuItemID=39&SubMenuItemID=89

quarta-feira, fevereiro 04, 2009

Jeg er her! (I´m here!)

Olá a todos!:)

Estes dias têm sido cheios e estes 26 anos começaram agitados!

No dia 31 lá partimos nós de B´ham, não sem alguma nostalgia no coração, um aperto na garganta e uma lágrima no olho...

Depois de uma curta viagem de avião (chegámos 15 minutos adiantados) passamos a noite no aeroporto para apanhar o comboio das 9:40 para Lillehammer. Era suposto apanharmos um pequeno autocarro gratuito do aeroporto para o comboio ás 9:30..pois era...MAS, embora civilizado (e rico) este país pára aos Domingos. E foi assim que perdemos o comboio e tivemos de ir no próximo esperando mais uma hora no aeroporto. A viagem de comboio foi linda:2 horas de paisagens paradisíacas em qualquer ângulo ou perspectiva ou incidência de luz.Planícies geladas a perder de vista, árvores de ramos brancos, neve tão brilhante como diamantes em todos os recantos, enormes extensões de água geladas, totalmente geladas...e -15 ºC lá fora. A meio caminho disseram-nos que teríamos de sair na próxima estação porque a linha estava cortada e os passageiros apanhariam um autocarro. E assim foi..mais uma mudança de malas com as mãos a ficarem roxas!
Por fim lá chegámos a Lllehammer 24 horas depois de termos saído de B´ham. E subimos ás curvas até à escola...durante 30 min. As casas foram ficando para trás, passámos uma estância, depois outra, depois outra, depois a planície gelada, e continuamos e continuamos no meio de nada mais que pinheiros, neve e estrada. E então passado algum tempo lá estava ela! Bem no meio do...nada:)

A estância metade escola metade hotel onde passarei os próximos 6 meses bem longe de poder ouvir qualquer normal barulho citadino ou sentir o cheiro do motor de carros ou luzes pirilampo em filinha nas ruas à noite ou qualquer outro sinal de civilização. Aqui não há uma rede a rodear a natureza numa reserva. Aqui temos uma cerca que nos rodeia a nós. Porque aqui estamos em minoria a pedir licença à Mãe natureza para lhe ocuparmos este espaço nesta imensidão.

Ainda não tive oportunidade de ir lá fora e fotografar convenientemente o que nos rodeia em qualquer direcção por onde olhemos. Mas a seu tempo essas fotografias parecerão aqui. Por agora deixo-vos com as fotos das nossas instalações (só de algumas) e do tipo de vista que temos quando abrimos os cortinados.
A estância é bastante antiga tendo começado a ser construída em 1903 primeiramente para cura de doenças pulmonares dos ricaços da região. Após esse furor tornou-se uma estância de verão e mais tarde de inverno, tendo aberto falência por má gestão. Por essa altura o Movimento procurava um espaço para continuar a sua escola e, depois de negociações, conseguiu comprar este sitio aos bancos e diminuído ao longo do tempo a divida da compra gerindo o hotel e tentando que voltasse a ter o seu furor como estância.Este é portanto o nosso espaço e o nosso "negócio" de onde ganhamos parte do dinheiro que nos permite ter e manter a escola e o DI programme nestes 6 meses.
As renovações dos espaços não foram muitas, quer pela história económica que contei, quer pela dificuldade de chegar cá. E por isso temos instalações antigas e simples mas onde não falta nada do que precisamos para viver.

Por hoje acho que já chega.Fotografias para acabar!


O meu quarto e da Magda
A vista do aeroporto na periferiaO aeroporto de Tord


Ás 3 da manhã no aeroportoA nossa sala de aulas e a vista das janelas